O Amazonas foi o Estado que
apresentou o maior desempenho no emprego no mês de agosto. De acordo com o
Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram criadas 1.357 vagas
de emprego no último mês, um acréscimo de 0,34 % em relação a julho. O setor de
serviços foi o principal responsável por esse resultado, com a abertura de 860
novas vagas. A segunda melhor performance foi da Indústria da Transformação,
que gerou 475 postos.
O setor de serviços iniciou 2017
apresentando dados negativos nos meses de janeiro (-705 vagas), fevereiro (-178
vagas) e março (-237 vagas). Em abril iniciou uma lenta recuperação com 185
vagas, com resultado significativo apenas em maio (727 vagas). No mês de junho
esse número caiu para 332 vagas, porém ainda era um minhdíce positivo para o
setor. Em julho (526 vagas) o setor apresentou novamente crescimento e em
agosto mostrou o melhor desempenho do ano com uma variação de 0,52%.
Divergências
Contudo, de acordo com Roberto Bulbol, presidente da ABIH/AM (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas), estes números não refletem a real situação do setor de serviços de hotelaria e turismo. Para o presidente, há dois anos o mercado mais demite do que contrata.
“Está todo mundo desesperado. Se
formos analisar, nós mais demitimos do que contratamos, estamos tentando
segurar os poucos profissionais que temos. A crise é um dos grandes motivos da
queda nesse setor, contudo, não dá pra colocar a culpa apenas na crise”, disse.
Para Bulbol, a cidade não tem
estrutura para receber turistas e obras inacabadas e falta de segurança são
alguns dos fatores que influenciam negativamente o crescimento da procura pelo
serviço.
“Temos um centro histórico cheios
de tapumes, a insegurança tem afastado os turistas de Manaus, além da
instabilidade política do país que tem afetado diretamente todos os setores.
Ainda há uma concorrência desleal com sites de aluguel de apartamentos de
temporada, em que a pessoa aluga um apartamento mobiliado para até cinco
pessoas pelo preço de uma diária individual, com isso, o setor não consegue
apresentar crescimento”, comentou.
Análise
Os dados do Caged não são
específicos, e segundo o conselheiro regional do Corecon/AM (Conselho Regional
de Economia do Amazonas), Martinho Azevedo por serem gerais, existem duas
situações que devem ser analisadas. “Nos últimos dois anos houve um volume
muito grande de demissões, essa é uma variável muito importante para ser
analisada, outro fator é que ao longo desses dois anos também surgiram novos
negócios, novas atividades, e alguns projetos que começaram a funcionar aqui,
empresas novas, com isso, o Caged vai sinalizar como novos empregos, porém,
aquele volume maior de pessoas demitidas, ainda continua se ajustando”,
explicou.
Para o economista, num primeiro
momento os números trazidos são bons, no entanto, são números bastante difusos,
não são específicos, principalmente para os setores que ainda não retomaram o
crescimento.
“O Caged diz que houve
crescimento, e é certo que houve crescimento, o problema é que ele não diz
quais as áreas dentro do setor que apresentaram esse aumento na contratação. E
hoje se entende por queda no desemprego tanto os serviços formais quanto os
informais”, informou Azevedo.
De acordo com conselheiro, o
aumento do uso de aplicativos de mobilidade urbana, como a Uber, podem ser um
dos fatores que contribuíram para o aumento de profissionais na área. “É
possível que prestadores desse serviço tenha influenciado nesses números, até
porque surgiram novas modalidades de trabalho. Os dados não estão errados, eles
apenas não refletem a realidade de alguns setores que foram afetados nos últimos
anos”, disse.
Dados positivos no AM
Também tiveram resultados positivos a Agropecuária, que teve acréscimo de 58 empregos formais, o Comércio, com 23 novas vagas, os Serviços Industriais de Utilidade Pública, com 12 vagas a mais e a Administração Pública, que fechou o mês com saldo positivo em 6 postos. A Construção Civil foi a única que teve retração, com o fechamento de 77 postos.
O salário médio de admissão
também cresceu no Amazonas. Passou de R$ 1.334,44 em julho para R$ 1.379,45 em
agosto. O acréscimo, de R$ 45,01, representa uma variação de 3,37%.
Âmbito Nacional
O Brasil fechou o mês de agosto com um saldo positivo de 35.457 novos postos de trabalho, com crescimento de 0,09% em relação ao estoque do mês anterior. Esse foi o quinto mês consecutivo e o sexto do ano em que o Caged registrou um número maior de contratações do que demissões.
O saldo é o maior desde agosto de
2014, quando foram abertas 130.904 novas vagas. Depois, houve dois anos
seguidos de redução, com saldos negativos em agosto de 2015 (-77.320 postos) e
agosto de 2016 (-22.261 postos), na série ajustada.
“Os números do Caged em agosto
confirmam o processo de retomada gradual, mas firme e consistente da nossa
economia, como resultado das medidas adotadas pelo governo para o País voltar
aos trilhos do crescimento”, afirmou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.(Jornal do Comercio)
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