sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Preparação para mais uma edição do Fórum social Pan-Amazônico


Em preparação ao VIII Fórum Social Pan-amazônico que acontecerá em abril de 2017 na cidade peruana de Tarapoto, será realizado em Manaus, no Parque Municipal do Mindu, o pré-Forum, um conjunto de atividades envolvendo apresentações artísticas e debates. O evento acontece nesta sexta-feira (11), com encerramento previsto para a tarde de sábado. 

Segundo informação do CIMI os debates giram em torno de três temas: Experiências de Resistência dos povos da Amazônia, Impactos de Grandes Projetos governamentais e processos de descolonização. A organização do evento é feita por movimentos sociais, entidades de apoio aos povos indígenas, organizações indígenas e feministas de Manaus.

O Forum Social Pan-amazônico surgiu como desdobramento do Forum Social Mundial. Foi consequência do esforço de articulação entre os movimentos sociais e organizações populares dos países da Amazônica continental em reação aos efeitos da globalização neoliberal. 

As duas primeiras edições do FSPA  aconteceram na cidade de Belém/PA, (2002-2003). A terceira foi realizada em Ciudad Guayana, na Venezuela (2004). Em janeiro de 2005, Manaus sediou o IV FSPA. Em termos quantitativos, foi a maior edição dop Forum com participação de mais de oito mil pessoas de vários países de todos os continentes. Mais de 400 eventos foram realizados, entre oficinas, seminários e conferências. 

Os outros eventos do FSPA aconteceram em Belém (2009),  Santarém, no Pará (2010), Cobija, na Bolívia (2012) e Macapá, no Amapá (2014).

Ao contrário dos primeiros eventos, onde os movimentos sociais de todo o mundo e, particularmente da Amazônia continental, cresciam na medida em que também aconteciam mudanças políticas importantes em países como Brasil, Venezuela, Bolívia e Equador,  a oitava edição do Fórum acontece num momento particularmente desafiador. Em escala mundial, ganharam força nos últimos anos as forças políticas conservadoras, financiadas e a serviço do grande capital. O cenário internacional tem sido marcado por ondas de intolerância, xenofobia, homofobia e racismo. 

Para os povos e países da Amazônia, o fortalecimento dos setores políticos conservadores resultará no acirramento de conflitos de toda ordem, uma vez que a região se tornará ainda mais no centro da cobiça pelo acesso e exploração dos recursos naturais. 

Os movimentos sociais haverão de incrementar ainda mais sua capacidade de articulação para reunir forças contra o esbulho dos territórios onde grandes empresas mineradoras, petrolíferas, madeireiras e ligadas aos agronegócios avançaram nos últimos anos expulsando de suas terras ancestrais povos indígenas, ribeirinhos e trabalhadores rurais, além causarem impactos ambientais que exigirão longo tempo para se recompor. 

A caminho de Tarapoto em 2017, os movimentos sociais e organizações populares da Amazônia brasileira e continental se defrontam com a tarefa de discutir e propor estratégias de enfrentamento para problemas que ultrapassam os limites das fronteiras nacionais e tem o potencial de impactar sobre todos os povos, culturas e sobre a diversidade da vida pulsante na imensidão da floresta. 



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