segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A arte que subverte

Seu material de trabalho cabe numa mochila e sua arte pode ser apresentada em espaços pequenos, grandes, fechados, abertos, o tamanho não importa. O que vale é a fruição, a experiência.




Ykaro Amorim tem 28 anos. Cursa Artes Visuais na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Estudioso da videoarte, ou vídeo-arte, forma de expressão artística que utiliza a tecnologia do vídeo em artes visuais, está na vanguarda cultural do movimento artístico do Amazonas.

Entre psicodelias, imagens, expressões corporais, planos, espaços diferenciados, imersões, ele vai construindo sua linguagem visual, enquanto desconstrói conceitos, armadilhas estéticas e subverte a arte em experimentações ousadas, que têm como objetivo provocar, fazer fruir pensamentos, ideias.



“É possível levar algo novo, instigar, provocar novas experiências, o diferente. Desmitificar a arte, com experimentações diversas, outras tendências”, explica o artista, que utiliza as projeções para expor fotografias, texturas, movimentos, contrastes e experiências fílmicas.

Outros suportes que não poderiam se comunicar na nossa língua, mas se expressam através de diálogos com a arte, signos que estão na natureza, ao nosso redor, como árvores, prédios, pessoas, e que despertam a criatividade, subvertem a linguagem, criam novas experiências.



Ykaro subverte a linguagem para viabilizar imagens diferenciadas, propor novas formas de se consumir arte, a partir da subjetividade de quem observa, vê, aprecia, participa, nega, e, assim, estabelece trocas, aprende, sente. “Quando eu projeto, as pessoas dizem o que fica e o que não fica”, conta.  

Assistente de Afrânio Ribeiro, com quem realizou as primeiras experiências fotográficas com design, em audiovisual, entre fevereiro de 2014 a fevereiro de 2016, o artista vem explorando suportes variados, como a utilização de maneira natural do corpo nu, tomado imerso na projeção, entre imagens psicodélicas.



Ao misturar linguagens diferenciadas, Ykaro resgata a arte que utiliza várias formas de mídia (publicitárias, jornalísticas, artístico-culturais), cria uma identidade através da experimentação, retira a arte-vida das ruas, propõe, desafia, ou, simplesmente, experimenta.

Recentemente, ele chamou a atenção para os seus trabalhos na ocupação do prédio do IPHAN, em Manaus, mas também tem levado para vários lugares da cidade de Manaus e arredores, como Iranduba, Açutuba, e município de Manacapuru. É a arte ocupando os espaços, independente de apoio oficial.


Texto: Regina Melo
Fotos: Divulgação


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