Enquete realizada na Creche
Municipal Tainá Suri, no centro da cidade de Barcelos, aponta para a necessidade de atenção na saúde, emprego e saneamento básico.
O registro foi feito durante a ação
social do grupo Amigos Solidários, realizada no último fim de semana, na cidade
de Barcelos, com a parceria da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Diversas pessoas que estiveram presentes ao evento que disponibilizou aos
cidadãos serviços de saúde e estética, reclamaram da precária situação do
município.
Os moradores citaram doenças como malária,
dengue, verminoses, decorrentes do consumo de água não tratada corretamente. “Precisamos
de mais médicos no hospital para atender a essa demanda, que é grande”, disse Daniela
do Benedito. Para Joseline Lindoso de Oliveira, as demandas são saúde,
segurança e educação”. Além disso, cita a falta capacitação e emprego para os jovens.
Iara Cordovil Lopes, que mora há 26
anos em Barcelos, explica que “por conta da ausência de tratamento na água, as
pessoas adoecem. Acredito que podemos mudar esta situação, mas com políticos
que cumpram as suas promessas”. Sulymara Macedo, também há 26 anos em Barcelos,
reiterou os problemas com a saúde.
“Faltam medicamentos, conscientização
por parte da população, que não costuma usar o hipoclorito e falta saneamento
básico”, diz, acrescentando que, além da saúde deficiente, os salários dos
professores estão atrasados e falta material escolar. Shirlene
Cardoso de Souza, há dez anos em Barcelos, concorda.
Valdemara de Souza Amorin, há nove
anos no município, reforça a necessidade de médicos, empregos e beneficiamento
na cidade. “É triste porque, as mães carregam as crianças no colo para
atravessar as ruas, caem e voltam. Falei para o governador do Estado, mas
ninguém faz nada, é uma vergonha, só passam maquiagem na cidade”.
A moradora contou da vontade de não
votar em ninguém. “Prefiro pagar multa”, revelou, acrescentando que “não há representante
do Trabalho na cidade, mas os órgãos funcionam para cobrar, luz, água, enquanto
a população não tem dinheiro, nem para comer”.
Questionado, o secretário municipal
de saúde, Marcos de Lima Lopes, informou que estão empenhados em melhorar os
serviços de saúde básica e que, graças ao Programa Mais Médicos, o município tem
avançado. “Antes era um médico para 27 mil habitantes e havia grandes
problemas”. Disse esperar que até o fim do ano esteja funcionando o Barco
Hospital, que atenderá as populações ribeirinhas e indígenas.
Quanto aos problemas provenientes da
falta de saneamento básico, o secretário informou que o Programa de Vigilância
de Água, que monitorava esse produto, está parado: “A água vem dos poços
artesianos e não passam por nenhum tratamento, isto tem de ser feito pelos
moradores, o flúor está disponível, mas muita gente não gosta”.
O Programa Mais Médicos atende no
Posto de Saúde local as comunidades ribeirinhas, e faz visitas às escolas,
creches e domicílios, para atender, especialmente, idosos e gestantes, além de
realizar campanhas para prevenir as verminoses, que são frequentes, por causa
das diarreias que acometem a população, salientou o médico do Programa Mais
Médicos, Derlin Lupaca.
Outro médico do programa, Samuel
Aguiar, disse ser um desafio trabalhar na saúde do município. “Estou há sete
meses, com recursos mínimos, por conta da crise econômica e social, e vemos que
a população é a que mais sofre pela falta de exames básicos, remédios e outros.
Tenho atendido mais casos de mulheres adolescentes grávidas, casos de doenças
sexualmente transmissíveis (DST), hipertensos, diabéticos. Conto com apoio da
Secretaria Municipal de Saúde, mas às vezes fica muito difícil atender de forma
adequada”.
Reportagem: Mercedes Guzmán
Fotos: Juan Guerrero
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