quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Barcelos quer atenção em saúde, saneamento e emprego

Enquete realizada na Creche Municipal Tainá Suri, no centro da cidade de Barcelos, aponta para a necessidade de atenção na saúde, emprego e saneamento básico.



O registro foi feito durante a ação social do grupo Amigos Solidários, realizada no último fim de semana, na cidade de Barcelos, com a parceria da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Diversas pessoas que estiveram presentes ao evento que disponibilizou aos cidadãos serviços de saúde e estética, reclamaram da precária situação do município.

Os moradores citaram doenças como malária, dengue, verminoses, decorrentes do consumo de água não tratada corretamente. “Precisamos de mais médicos no hospital para atender a essa demanda, que é grande”, disse Daniela do Benedito. Para Joseline Lindoso de Oliveira, as demandas são saúde, segurança e educação”. Além disso, cita a falta capacitação e emprego para os jovens.



Iara Cordovil Lopes, que mora há 26 anos em Barcelos, explica que “por conta da ausência de tratamento na água, as pessoas adoecem. Acredito que podemos mudar esta situação, mas com políticos que cumpram as suas promessas”. Sulymara Macedo, também há 26 anos em Barcelos, reiterou os problemas com a saúde.

“Faltam medicamentos, conscientização por parte da população, que não costuma usar o hipoclorito e falta saneamento básico”, diz, acrescentando que, além da saúde deficiente, os salários dos professores estão atrasados e falta material escolar. Shirlene Cardoso de Souza, há dez anos em Barcelos, concorda.



Valdemara de Souza Amorin, há nove anos no município, reforça a necessidade de médicos, empregos e beneficiamento na cidade. “É triste porque, as mães carregam as crianças no colo para atravessar as ruas, caem e voltam. Falei para o governador do Estado, mas ninguém faz nada, é uma vergonha, só passam maquiagem na cidade”.

A moradora contou da vontade de não votar em ninguém. “Prefiro pagar multa”, revelou, acrescentando que “não há representante do Trabalho na cidade, mas os órgãos funcionam para cobrar, luz, água, enquanto a população não tem dinheiro, nem para comer”.

Questionado, o secretário municipal de saúde, Marcos de Lima Lopes, informou que estão empenhados em melhorar os serviços de saúde básica e que, graças ao Programa Mais Médicos, o município tem avançado. “Antes era um médico para 27 mil habitantes e havia grandes problemas”. Disse esperar que até o fim do ano esteja funcionando o Barco Hospital, que atenderá as populações ribeirinhas e indígenas.



Quanto aos problemas provenientes da falta de saneamento básico, o secretário informou que o Programa de Vigilância de Água, que monitorava esse produto, está parado: “A água vem dos poços artesianos e não passam por nenhum tratamento, isto tem de ser feito pelos moradores, o flúor está disponível, mas muita gente não gosta”.

O Programa Mais Médicos atende no Posto de Saúde local as comunidades ribeirinhas, e faz visitas às escolas, creches e domicílios, para atender, especialmente, idosos e gestantes, além de realizar campanhas para prevenir as verminoses, que são frequentes, por causa das diarreias que acometem a população, salientou o médico do Programa Mais Médicos, Derlin Lupaca.

Outro médico do programa, Samuel Aguiar, disse ser um desafio trabalhar na saúde do município. “Estou há sete meses, com recursos mínimos, por conta da crise econômica e social, e vemos que a população é a que mais sofre pela falta de exames básicos, remédios e outros. Tenho atendido mais casos de mulheres adolescentes grávidas, casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST), hipertensos, diabéticos. Conto com apoio da Secretaria Municipal de Saúde, mas às vezes fica muito difícil atender de forma adequada”.


Reportagem: Mercedes Guzmán
Fotos: Juan Guerrero



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