O relatório apresentado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
aponta papel do Congresso e mostra como direitos foram pulverizados em 2016, do
número zero de demarcações ao aumento dos homicídios e da mortalidade
infantil.
Os números são eloqüentes: 118
mortes; 106 suicídios; 735 casos de mortalidade infantil. Eles
compõem os índices de violência contra indígenas no ano passado, em todo o
Brasil, organizados pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) no
relatório “Violência Contra os Povos Indígenas 2016“. Enquanto alguns
números diminuíram comparados a 2015, a abrangência das violências aumentou.
O documento mostra um retrato caótico da assistência e
da proteção dos direitos das etnias em todo o país. Para o Conselho
Indigenista, o cenário denuncia a consolidação da ideologia ruralista junto ao
governo de Michel Temer, que pulverizou as ameaças contra os povos
indígenas.
O presidente do CIMI, Dom Roque Paloschi, considera que, além do racismo que
perdura na sociedade brasileira, a intolerância estimulada publicamente tem
posicionado os povos indígenas como ameaças – e não ameaçados – e gerado
agressões ainda mais brutais:
– Entendemos que o incremento
da violência responde, entre outras coisas, aos inflamados
pronunciamentos de representantes do poder público, que menosprezam, ironizam
ou desconsideram os direitos constitucionais dos povos e das comunidades
originárias e tradicionais e, deliberadamente, incentivam agricultores a
utilizarem quaisquer meios para deter as iniciativas de coletividades
historicamente espoliadas e desrespeitadas. (Instituto Humanitas Unisonos)
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