quarta-feira, 11 de outubro de 2017

'Ataque ruralista' generalizado contra povos indígenas


O relatório apresentado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) aponta papel do Congresso e mostra como direitos foram pulverizados em 2016, do número zero de demarcações ao aumento dos homicídios e da mortalidade infantil. 

Os números são eloqüentes: 118 mortes; 106 suicídios; 735 casos de mortalidade infantil. Eles compõem os índices de violência contra indígenas no ano passado, em todo o Brasil, organizados pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) no relatório “Violência Contra os Povos Indígenas 2016“. Enquanto alguns números diminuíram comparados a 2015, a abrangência das violências aumentou.

documento mostra um retrato caótico da assistência e da proteção dos direitos das etnias em todo o país. Para o Conselho Indigenista, o cenário denuncia a consolidação da ideologia ruralista junto ao governo de Michel Temer, que pulverizou as ameaças contra os povos indígenas.

O presidente do CIMI, Dom Roque Paloschi, considera que, além do racismo que perdura na sociedade brasileira, a intolerância estimulada publicamente tem posicionado os povos indígenas como ameaças – e não ameaçados – e gerado agressões ainda mais brutais:

– Entendemos que o incremento da violência responde, entre outras coisas, aos inflamados pronunciamentos de representantes do poder público, que menosprezam, ironizam ou desconsideram os direitos constitucionais dos povos e das comunidades originárias e tradicionais e, deliberadamente, incentivam agricultores a utilizarem quaisquer meios para deter as iniciativas de coletividades historicamente espoliadas e desrespeitadas. (Instituto Humanitas Unisonos)


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