terça-feira, 17 de outubro de 2017

Semana do Sauim tem como proposta debater proposta do corredor ecológico


A “Semana do Sauim” acontece entre os dias 16 e 21 de outubro, e contará com uma programação diversa, incluindo uma audiência pública a ser realizada na Câmara Municipal de Manaus (CMM), no dia 20 de outubro, a partir das 9h, com o intuito de apresentar e debater a proposta do corredor ecológico do sauim-de-coleira.

O movimento Ficha verde criado a partir do alerta de extinção do sauim-de-coleira justifica a proposta do corredor tendo em conta que o crescimento acelerado e desordenado da Região Metropolitana de Manaus nos últimos anos tem promovido a fragmentação da área de floresta nativa e esse processo tem gerado impactos negativos sobre a fauna e a flora locais.  

Uma das espécies mais afetadas é o macaco Saguinus bicolor (o sauim-de-coleira), uma espécie da fauna brasileira Criticamente Ameaçada de Extinção.

O desaparecimento das áreas verdes, fragmentos florestais urbanos e das áreas de preservação permanente na malha urbana da cidade de Manaus tem trazido também sérias consequências para a qualidade de vida de seus moradores, e afetado de maneira negativa os esforços para a preservação do sauim-de-coleira.

No entanto, já existe uma ampla documentação técnica e científica amparando as conclusões de que medidas urgentes precisam ser tomadas, e mais: de que é possível minimizar e até reverter os danos de preservação ao sauim. Mas, para isso é necessária uma ação efetiva do poder público e da sociedade.

Corredor ecológico do sauim-de-coleira

A criação de um corredor ecológico ligando o Corredor Ecológico do Igarapé do Mindú até a Reserva Adolpho Ducke é a ação mais urgente a ser executada dentro da cidade de Manaus.

A criação de áreas verdes é uma medida que comprovadamente contribui para o aumento da qualidade de vida da população de uma cidade como um todo. Os benefícios á fauna e a flora são apenas uma parte das melhorias previstas com a sua implantação.

Outras vantagens advindas dos corredores ecológicos e que trazem benefícios diretos para a população urbana são: diminuição das altas temperaturas associadas a ilhas de calor, filtro contra a poluição do ar e sonora, contribuindo para paisagens urbanas mais agradáveis, diminuição de stress e uma melhoria na saúde física e mental devido ao contato com a natureza, prática de esportes ao ar livre, lazer e contemplação da natureza, possibilidade de instalação de parques, praças poliesportivas, playgrounds, ciclovias, etc., garantir a manutenção da beleza cênica local, diminuição de problemas sociais nas vizinhanças imediatas, pelo uso público e constante, assegurar o perfeito escoamento das águas fluviais, evitando inundações, disciplinar o uso e ocupação do solo, prevenindo assim o assoreamento e a poluição dos rios, valorização dos imóveis e desenvolver na população local uma consciência ecológica e conservacionista.



Corredores interligados

A proposta do corredor ecológico sauim-de-coleira consiste basicamente em interligar de forma continua o corredor ecológico do igarapé do mindú até a reserva adolpho ducke.

A área proposta para o Corredor Ecológico Sauim-de-coleira tem um total de 659,3 hectares, sendo que atualmente 431,7 hectares da área ainda mantém algum remanescente de vegetação, em diferentes estágios de conservação.  A distância total do Corredor Ecológico no primeiro trecho é de 10,65 quilômetros , enquanto no segundo trecho a distância é de 8,30 quilômetros.

Uma proporção considerável da área proposta já é Área de Preservação Permanente, estando situada ao longo de igarapés e encostas mais íngremes, que são protegidos por lei.  Outra parte é formada por áreas verdes de conjuntos habitacionais, e deveriam ganhar um reconhecimento adicional de proteção com a criação do Corredor Ecológico.

Em 2011, o Ministério do Meio Ambiente publicou a Portaria MMA Nº 94/ 2011, que aprova o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Saguinus bicolor – PAN Sauim-de-Coleira, estabelecendo objetivos e ações a fim de garantir populações viáveis da espécie, reduzindo sua taxa de declínio populacional e assegurando áreas protegidas para sua sobrevivência.

O Movimento ou grupo que apoia esta proposta é constituído por representantes de entidades de ensino e pesquisa, meio ambiente, gestores públicos, representantes da sociedade civil e vem articulando parcerias e ações no intuito de implementar corredores ecológicos e unidades de conservação, para manter a conectividade entre os fragmentos de florestas urbanas remanescentes a fim de assegurar a sobrevivência da espécie.



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