A
“Semana do Sauim” acontece entre os dias 16 e 21 de outubro, e contará com uma
programação diversa, incluindo uma audiência pública a ser realizada na Câmara
Municipal de Manaus (CMM), no dia 20 de outubro, a partir das 9h, com o intuito
de apresentar e debater a proposta do corredor ecológico do sauim-de-coleira.
O
movimento Ficha verde criado a partir do alerta de extinção do sauim-de-coleira
justifica a proposta do corredor tendo em conta que o crescimento acelerado e
desordenado da Região Metropolitana de Manaus nos últimos anos tem promovido a
fragmentação da área de floresta nativa e esse processo tem gerado impactos
negativos sobre a fauna e a flora locais.
Uma
das espécies mais afetadas é o macaco Saguinus bicolor (o sauim-de-coleira),
uma espécie da fauna brasileira Criticamente Ameaçada de Extinção.
O
desaparecimento das áreas verdes, fragmentos florestais urbanos e das áreas de
preservação permanente na malha urbana da cidade de Manaus tem trazido também
sérias consequências para a qualidade de vida de seus moradores, e afetado de
maneira negativa os esforços para a preservação do sauim-de-coleira.
No
entanto, já existe uma ampla documentação técnica e científica amparando as
conclusões de que medidas urgentes precisam ser tomadas, e mais: de que é
possível minimizar e até reverter os danos de preservação ao sauim. Mas, para
isso é necessária uma ação efetiva do poder público e da sociedade.
Corredor
ecológico do sauim-de-coleira
A
criação de um corredor ecológico ligando o Corredor Ecológico do Igarapé do
Mindú até a Reserva Adolpho Ducke é a ação mais urgente a ser executada dentro
da cidade de Manaus.
A
criação de áreas verdes é uma medida que comprovadamente contribui para o
aumento da qualidade de vida da população de uma cidade como um todo. Os
benefícios á fauna e a flora são apenas uma parte das melhorias previstas com a
sua implantação.
Outras
vantagens advindas dos corredores ecológicos e que trazem benefícios diretos
para a população urbana são: diminuição das altas temperaturas associadas a
ilhas de calor, filtro contra a poluição do ar e sonora, contribuindo para
paisagens urbanas mais agradáveis, diminuição de stress e uma melhoria na saúde
física e mental devido ao contato com a natureza, prática de esportes ao ar
livre, lazer e contemplação da natureza, possibilidade de instalação de parques,
praças poliesportivas, playgrounds, ciclovias, etc., garantir a manutenção da
beleza cênica local, diminuição de problemas sociais nas vizinhanças imediatas,
pelo uso público e constante, assegurar o perfeito escoamento das águas
fluviais, evitando inundações, disciplinar o uso e ocupação do solo, prevenindo
assim o assoreamento e a poluição dos rios, valorização dos imóveis e desenvolver
na população local uma consciência ecológica e conservacionista.
Corredores
interligados
A
proposta do corredor ecológico sauim-de-coleira consiste basicamente em interligar
de forma continua o corredor ecológico do igarapé do mindú até a reserva
adolpho ducke.
A
área proposta para o Corredor Ecológico Sauim-de-coleira tem um total de 659,3
hectares, sendo que atualmente 431,7 hectares da área ainda mantém algum
remanescente de vegetação, em diferentes estágios de conservação. A
distância total do Corredor Ecológico no primeiro trecho é de 10,65 quilômetros
, enquanto no segundo trecho a distância é de 8,30 quilômetros.
Uma
proporção considerável da área proposta já é Área de Preservação Permanente,
estando situada ao longo de igarapés e encostas mais íngremes, que são
protegidos por lei. Outra parte é formada por áreas verdes de conjuntos
habitacionais, e deveriam ganhar um reconhecimento adicional de proteção com a
criação do Corredor Ecológico.
Em
2011, o Ministério do Meio Ambiente publicou a Portaria MMA Nº 94/ 2011, que
aprova o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Saguinus bicolor – PAN
Sauim-de-Coleira, estabelecendo objetivos e ações a fim de garantir populações
viáveis da espécie, reduzindo sua taxa de declínio populacional e assegurando
áreas protegidas para sua sobrevivência.
O
Movimento ou grupo que apoia esta proposta é constituído por representantes de
entidades de ensino e pesquisa, meio ambiente, gestores públicos, representantes
da sociedade civil e vem articulando parcerias e ações no intuito de
implementar corredores ecológicos e unidades de conservação, para manter a
conectividade entre os fragmentos de florestas urbanas remanescentes a fim de
assegurar a sobrevivência da espécie.
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