Faltando pouco menos de um mês
para o término da temporada de safra do Guaraná em 2017, o município de Maués
(a 253 quilômetros de Manaus), maior produtor estadual da fruta, espera dobrar
as 200 toneladas já colhidas e movimentar R$ 4 milhões na atividade, que
envolve 2,5 mil produtores e gera outros 300 empregos diretos entre os meses de
outubro a dezembro, período da coleta.
A produção deste ano significa a
retomada do setor, o mais importante da economia no município do Baixo
Amazonas, e tem como principais destinos o mercado consumidor de Manaus e a
multinacional de bebidas e refrigerantes Ambev, que tem uma fazenda e uma
fábrica de extrato de guaraná instaladas no município.
Em derrocada nos últimos anos por
falta de políticas públicas de incentivo – segundo dados da Prefeitura de
Maués, em janeiro não havia sequer mudas nos viveiros municipais para serem
distribuídas aos agricultores – o preço do quilo do produto chegou ao nível
mais baixo da década em dezembro de 2016, quando era comercializado a R$ 18.
Atualmente está em R$ 21.
“Em 2017, apesar de toda a
instabilidade econômica e política em nível estadual e federal, conseguimos com
recursos próprios, distribuir 11,6 mil novas mudas, recuperar quatro estradas
de escoamento da produção e adquirir 1,5 mil equipamentos agrícolas, que
beneficiaram 7 mil famílias, principalmente da Zona Rural. Para 2018, já
iniciamos o planejamento e as ações para que Maués consolide a posição de Terra
do Guaraná”, destacou o prefeito Junior Leite.
Entre as ações que já estão em
andamento e devem ser concluídas logo no primeiro trimestre do próximo ano,
está a construção de um novo viveiro municipal, localizado na Secretaria de
Produção Rural, com capacidade para 200 mil mudas (metade do espaço será
dedicado ao guaraná e o restante para o açaí, hortaliças e demais frutas) e a
implantação do Selo de Indicação Geográfica.
O Selo é uma certificação emitida
pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para produtos ou
serviços característicos de determinada região que apresentam qualidade
diferenciada dos demais em virtude de seus recursos naturais como solo,
vegetação e clima, entre outros.
“Após muita pesquisa e apoio do
Sebrae-AM, o processo para conquista do Selo está 90% concluído. A parti daí,
apenas os produtos plantados, colhidos e beneficiados no município poderão
colocar em suas embalagens ‘Guaraná de Maués’, ao contrário do que acontece
hoje, principalmente em Manaus, onde se vende substâncias que dizem ser de
Maués, mas que até a cor e o cheiro são diferentes daqueles consumidos aqui”,
acrescentou Junior Leite.
Para o agricultor Nestor Farias,
que tem uma área cultivada de cinco hectares em uma comunidade próxima à sede,
a certificação também vai valorizar a cotação do produto. “Já estou pensando em
ampliar a área plantada porque acredito que depois da implantação do Selo,
muita gente vai exigir consumir o verdadeiro guaraná de Maués e da Amazônia”,
justificou Farias.
Rota do Guaraná
Nos dias 7, 8 e 9 de dezembro acontece a 38ª edição da Festa do Guaraná de Maués, nas areias da Praia da Maresia. Além da vasta programação cultural e de shows, na qual se destaca o cantor Wesley Safadão, o município vai apresentar aos turistas e visitantes um espaço exclusivo dedicado a fruta.
Nos dias 7, 8 e 9 de dezembro acontece a 38ª edição da Festa do Guaraná de Maués, nas areias da Praia da Maresia. Além da vasta programação cultural e de shows, na qual se destaca o cantor Wesley Safadão, o município vai apresentar aos turistas e visitantes um espaço exclusivo dedicado a fruta.
Batizado de “Rota do Guaraná”, a
área vai mostrar toda a história da fruta – os primeiros relatos de seu consumo
pelos Sateré Mawé datam do século 17 – e a cadeia produtiva da fruta, desde o
cultivo, a colheita e o processo de beneficiamento até chegar ao consumidor
final em forma de bebidas, sucos e artesanato.
Pela primeira vez também será
instalado uma grande feira de agronegócios, onde os produtores poderão negociar
diretamente com empresas locais e da capital seus produtos, e que também
contará com a presença de bancos e instituições financeiras públicas e
privadas, para facilitar o acesso ao crédito junto aos produtores.
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