A Secretaria de Estado da
Assistência Social (Seas) solicitará ao Ministério do Desenvolvimento Social
(MDS) apoio financeiro para manutenção da estrutura de acolhimento a imigrantes
venezuelanos em Manaus, bem como discutirá com a Prefeitura Municipal e outros
entes as medidas para continuidade do atendimento. A medida foi definida em
reunião mediada pelo Ministério Público Federal (MPF), que contou com a
participação de representantes da Seas, da Secretaria de Estado de Justiça,
Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), da Secretaria Municipal da Mulher,
Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh), da Pastoral do Migrante, do
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), entre outros.
Na reunião, foi esclarecido que o
prazo emergencial de seis meses para manutenção do abrigo esgotará no mês de
dezembro e ainda não foram definidos quais mecanismos serão adotados pelos
órgãos públicos para manutenção da política de migração e acolhimento, bem como
para extensão aos imigrantes não indígenas em situação de vulnerabilidade.
Entre as propostas, a manutenção do abrigo também para acolhimento emergencial
destes imigrantes não indígenas foi debatida. Ressaltou-se na reunião que,
ainda que somente houvesse o fornecimento de um abrigo a estas pessoas, sem
necessariamente o fornecimento de alimentação, já seria um importante passo
para garantir maior dignidade.
A solicitação ao MDS deve ser
feita depois que os órgãos participantes da reunião sistematizarem os dados
sobre os imigrantes venezuelanos no Amazonas. As informações serão encaminhadas
ao MDS para subsidiar o pedido de recursos financeiros federais para o
atendimento a esse grupo de pessoas no Estado.
Ainda, durante a reunião, também
foi ressaltada a situação dos moradores de rua em Manaus que não possuem local
adequado para acolhimento e a necessidade da completa implementação da política
nacional para pessoas em situação de rua em Manaus.
No próximo dia 27, será promovida
reunião do Grupo de Trabalho (GT) sobre Migração, na Sejusc, onde será debatido
o acolhimento emergencial de imigrantes em situação de vulnerabilidade social e
medidas para geração de renda para imigrantes indígenas e não indígenas no
Amazonas.
Articulação para atendimento aos
imigrantes
Desde março deste ano, por meio
de inquérito civil, o MPF tem acompanhado as medidas adotadas pelas entidades
governamentais no atendimento a centenas de indígenas venezuelanos que chegaram
a Manaus, fugindo da escassez de alimentos e produtos na Venezuela, decorrente
da crise econômica do país.
De acordo com o MPF, o Estado
brasileiro tem o dever de assegurar a prevalência dos direitos humanos e a
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade nas relações
internacionais do país, já que se trata de princípio previsto na Constituição
Federal de 1988. O MPF destaca ainda que o Brasil é signatário de diversos
tratados internacionais que preveem o compromisso às regras de direito
humanitário, direitos das crianças e das mulheres.
Como parte do acompanhamento da
atuação dos órgãos públicos em relação ao tema, o MPF expediu recomendações
contendo diversas providências nas áreas de abrigamento, atenção à saúde,
educação, assistência humanitária, segurança e registro formal da entrada dos
imigrantes no país.
A articulação do MPF com demais
instituições envolvidas na questão também resultou no repasse de recursos
federais para atendimento aos indígenas venezuelanos Warao que estão em Manaus
em situação de vulnerabilidade.
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