As autoridades sanitárias do
Amazonas reuniram-se, nesta sexta-feira (09/03), na Fundação de Vigilância em
Saúde do Amazonas (FVS-AM), para reforçar as estratégias de prevenção e
controle ao sarampo. A FVS-AM, órgão da Secretaria de Estado da Saúde (Susam),
confirmou que quatro casos suspeitos da doença estão sendo investigados em
Manaus. Os pacientes são crianças menores de um ano, que foram transferidos
para a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD),
unidade de referência para o tratamento da doença. Dois outros casos
notificados, sendo um em Anori e um em Manaus, foram descartados, nesta
sexta-feira.
Todos os casos suspeitos de
Manaus deram entrada no HPS da Zona Norte com sintomas que se assemelham ao
sarampo e são oriundos de bairros nas redondezas do hospital – Santa Etelvina,
Monte das Oliveiras e um caso na BR-174.
Na reunião, foram definidas
estratégias para reforçar a prevenção e vigilância epidemiológica na capital e
na Região Metropolitana de Manaus. Entre as medidas imediatas está a
intensificação da vacinação pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) de
Manaus. Em uma ação conjunta entre Estado e Prefeitura, será feita uma
varredura na área onde os casos foram identificados, com vacinação de casa em
casa. O secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato, explica que será
realizado também um trabalho de orientação nas creches e escolas da região.
Cerca de 6 mil servidores da
Susam serão vacinados, disse ele. O foco serão os profissionais que atuam em
unidades de urgência e emergência adultas e infantis, além de todos os
servidores dos Centros de Atenção Integral à Criança (CAICs).
Casos sem confirmação definitiva
- O diretor-presidente da FVS, infectologista Bernardino Albuquerque,
esclarece que, até o momento, nenhum dos casos suspeitos tem confirmação
definitiva, apesar de exames preliminares realizados pelo Laboratório Central
de Saúde Pública (Lacen) indicarem sorologia positiva em dois casos. Isto
porque a recomendação do Ministério da Saúde é de fazer duas sorologias - uma
primeira ao notificar o caso, e uma segunda amostra após 20 dias, além de
enviar o material para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para exames mais
específicos.
“A medida que ocorreu o primeiro
caso em Roraima, iniciamos todo um processo de vigilância epidemiológica,
trabalhando com toda a rede de saúde do Estado do Amazonas, tanto pública como
privada, no sentido de fazer o mais precocemente a captação de casos
considerados suspeitos de sarampo. Hoje temos quatro casos considerados suspeitos,
estamos trabalhando na confirmação laboratorial destes casos, seguindo todo um
processo de exames. Mesmo assim, toda a prevenção já está sendo desenvolvida no
que diz respeito não só ao bloqueio, mas também o aumento da cobertura vacinal
do município de Manaus”, disse Bernardino.
Alerta - O diretor esclarece
que, como todas as unidades de saúde da capital e da Região Metropolitana de
Manaus estão em alerta para o sarampo, toda pessoa que apresentar sintoma que
se assemelhem à doença será investigada, conforme recomenda Nota Técnica
expedida na última quarta-feira (07/03) pela FVS-AM.
É considerado caso suspeito todo
indivíduo que, independente da idade, apresente febre axantema maculopapular
(com pequenas manchas vermelhas) acompanhado de um ou mais dos seguintes sinais
e sintomas: tosse e/coriza e/ou conjuntivite; com histórico de viagem a região
com caso confirmado de sarampo nos últimos 30 dias, ou de contato no mesmo
período com alguém que viajou à essas localidades.
Nota técnica - No dia 7 de
março, a FVS-AM emitiu nota técnica por meio da qual alerta os profissionais da
rede de saúde para a necessidade de intensificação das ações de vigilância
epidemiológica do Sarampo e do Diagnóstico Diferencial para doenças
semelhantes, como rubéola, dengue e outras. Entre as medidas, a orientação para
que todos os casos suspeitos sejam encaminhados à FMT.
O HPS da Zona Norte, onde quatro
casos suspeitos deram entrada, informou que reforçou o alerta, sob a
coordenação do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, naquela unidade.
O HPS atendeu quatro crianças com
menos de um ano com febre exantemática (pequenas manchas vermelhas), um dos
sintomas do sarampo. São pacientes residentes em bairros da zona norte, como o
Santa Etelvina, e BR 174. Em apenas dois casos os pais relataram ter contato
com venezuelanos. Relataram, ainda, que, inicialmente, a mãe ou o pai
apresentaram coriza e febre e, posteriormente, as crianças vieram a apresentar,
além desses sintomas, exantema maculopapular.
As crianças foram transferidas
para a FMT-HVD. Uma área da unidade, com capacidade para oito leitos, foi
reservada para atender somente os casos suspeitos de sarampo.
Estoque da vacina - A
coordenação estadual do Programa Nacional de Imunização (PNI) informou que
possui estoque suficiente da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo,
rubéola e caxumba. “Temos hoje, em estoque, cerca de 60 mil doses da vacina
para atender os municípios do Estado. Disponibilizamos 30 mil para o município
de Manaus, que já estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde”, explicou
Albuquerque.
De acordo com o Ministério da
Saúde, a primeira dose da vacina Tríplice Viral deve ser aplicada aos doze meses
de idade. Uma segunda dose, com a Tetraviral, deve ser aplicada aos 15 meses de
idade. Na faixa-etária de 02 a 29 anos, recomenda-se administrar duas doses da
Tríplice Viral e, de 30 a 49 anos, uma dose da Tríplice Viral, para quem não
tiver comprovante de vacinação.
Medidas no HPS da Zona Norte
- O HPS Zona Norte informa que, desde que identificou o primeiro caso na
última segunda-feira (05), tem adotado severas medidas de controle como:
notificação imediata dos órgãos de vigilância em saúde, coleta de amostras para
exames, internação e isolamento em relação aos demais pacientes, uso de máscara
NR 95 pelos profissionais da assistência, assim como o uso de luvas e aventais
descartáveis, lavagem das mãos e uso de álcool em gel.
As amostras coletadas foram
enviadas para o Lacen para verificar, não apenas casos de sarampo, mas, também,
doenças de diagnóstico diferencial como: rubéola, dengue, chikungunya e zika.
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