Manaus Ambiental, Arsam e Unidade de Abastecimento deverão esclarecer venda da empresa de água na cidade
O
deputado José Ricardo (PT) protocolizou na quinta feira (28) requerimento
convocando a direção da empresa Manaus Ambiental, da Agência Reguladora dos
Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas (Arsam) e da Unidade Gestora
de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário da Prefeitura de Manaus para
prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) sobre a
venda da Companhia de Saneamento do Norte (CSN), que controla a Manaus
Ambiental, pela empresa Aegea Saneamento de Participações. “Queremos saber sobre essa venda. Isso afeta os
interesses públicos do Estado e da população, o abastecimento de água, o
tratamento de esgoto. Queremos saber também do que se trata e ao mesmo tempo o
compromisso desta empresa no cumprimento dos contratos assinados, se apresentou
algum programa para cumprir as metas”, frisou.
Ele
destacou que a tabela de metas e indicadores está no contrato de longo prazo e
tem datas definidas. A cobertura de serviços de água até 2016 deveria ser de
98%. “Mas, até hoje, são inúmeras as denúncias de falta d´água em bairros da
cidade. É necessário verificar se realmente há essa cobertura de 98%”,
advertiu. Logo em seguida, vem a cobertura do serviço de esgoto, no que se
refere à coleta. Para 2016, o contrato diz que deveria ter 71% de cobertura na
cidade. Em 2011, a meta era de 51%. E as metas para o tratamento de esgoto era
de 100% do esgoto coletado. “Mas sabemos que esse tratamento não chega a 10%
daquilo que a empresa opera em termos de coleta”. Dados da entidade Trata Brasil, que avalia o
saneamento nas grandes cidades, coloca Manaus como a 5ª pior cidade em
saneamento, entre as 100 maiores cidades brasileiras.
José
Ricardo lembrou ainda que em 2010 o Governo Lula liberou recursos federais para
a construção do Proama (Programa Águas para Manaus), a outra parte foi do
Governo do Estado. Uma obra de R$ 400 milhões. Foi concluído em dezembro
de 2010 e entrou em operação no final de 2013. “São recursos públicos, até
hoje, não sabemos o retorno. O Proama foi entregue de bandeja para outra
empresa, a Manaus Ambiental, que não investiu nenhum centavo, que não cumpre
meta é vendida sem uma análise mais aprofundada. É um serviço que a população
paga caro e a qualidade do serviço não acompanha o preço cobrado”.
ZFM e o fortalecimento de setores produtivos
Nos 51 anos da Zona Franca de Manaus
(ZFM), comemorado nesta quarta-feira o deputado José Ricardo colocou-se mais
uma vez como defensor desse modelo, bem como na busca de uma nova matriz
econômica e de desenvolvimento para o Estado, que gere riqueza para os
empreendedores, mas também para os trabalhadores, além de deixar o Estado com
economia forte, que independa da interferência de outros estados ou do próprio
Governo Federal.
“Precisamos
hoje não só comemorar, mas debater sobre o futuro da Zona Franca. O Estado tem
uma grande dependência em relação a este modelo, quanto à arrecadação pública.
Com a redução das atividades do Polo Industrial, também diminuiu a arrecadação
do Estado, afetando o funcionamento dos serviços dos poderes Legislativo,
Executivo, Judiciário e Ministério Público. Então, se vê a grande dependência
em relação à Zona Franca, que também está sempre ameaçada por vários fatores,
em nível nacional, internacional, com projetos de outros estados. Mas isso é
algo que precisa ser debatido melhor e ver qual o caminho a seguir”, declarou o
parlamentar.
José Ricardo citou que a mudança de
Governo em nível nacional influenciou na economia do País, em especial, do
Amazonas, principalmente, no quesito empregabilidade. No final de 2014, havia
122 mil empregos diretos no Polo Industrial. Já no final de 2017, reduziu-se a
85 mil. “Olha a diminuição de empregos que nós tivemos. Quase 40 mil
trabalhadores a menos. Mas lembro que em dezembro de 2014, ainda no Governo
Dilma, o Brasil atingiu o menor índice de desemprego da história. Depois teve
todo o processo para desestabilizar o governo em 2015, em 2016 teve o golpe, e
em 2017/2018 estamos ainda vivenciando o resultado do golpe e do desemprego no
país e na Zona Franca”.
E afirmou que o Estado precisa ser
protagonista de debates para utilizar os incentivos fiscais que foram
prorrogados pela presidenta Dilma por mais 50 anos (até 2073). “Agora só serão
viáveis se forem utilizados, discutindo os setores produtivos que precisam ser
valorizados”, enfatizou ele, deixando neste dia um abraço fraterno a todos os
trabalhadores e trabalhadoras do Polo Industrial, a todos os empresários que
investem com muita coragem e a todos os envolvidos no modelo ZFM.
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