A construção de uma agenda de
atuação do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas junto à sociedade civil
organizada contou com a participação direta de 52 diferentes movimentos sociais
em atividade no Estado, em reunião realizada nesta quarta-feira (14), em
Manaus. A proteção dos direitos de minorias étnico-religiosas e de gênero, das
mulheres e do meio ambiente equilibrado foram as pautas principais levantadas
pelos representantes de entidades presentes no evento, que reuniu mais de 80
pessoas e marcou a retomada do projeto MPF em Movimento no Estado.
A diversidade de falas e de áreas
de atuação dos representantes de movimentos sociais presentes foi a principal
marca da reunião: tiveram voz e puderam manifestar suas demandas e preocupações
representantes de diversos coletivos e entidades feministas e da causa LGBTQ+,
movimentos de indígenas, negros e imigrantes, redes e institutos ligados à
agroecologia e à promoção da sustentabilidade socioambiental na Amazônia,
associações de moradores de comunidades ribeirinhas, grupos de atuação nas
áreas da saúde e atenção a deficiências físicas e intelectuais, nas áreas da
educação e da moradia e na defesa do direito da livre expressão religiosa e
cultural, apenas para citar algumas das temáticas representadas no evento.
Em suas falas de abertura, as
procuradoras da República Bruna Menezes, Ana Carolina Haliuc Bragança e Michèle
Corbi e o procurador da República Filipe Lucena apresentaram brevemente suas
áreas de atuação no MPF e reafirmaram a abertura do espaço no MPF para o
acolhimento de denúncias e representações de casos de agressões e incitação ao
ódio aos movimentos sociais e às minorias e o compromisso da instituição
com a defesa do estado democrático e a proteção dos direitos humanos
assegurados pela Constituição Federal e pelas diversas normas e tratados
internacionais ratificadas pelo Brasil e em vigor no país.
De acordo com a coordenadora do
projeto, Bruna Menezes, todos os relatos apresentados durante a reunião foram
registrados e motivarão contatos a serem feitos posteriormente pela equipe do
projeto MPF em Movimento, para construir conjuntamente uma agenda de atividades
e atuações de 2019, a partir de formatos e abordagens definidos com a
participação das próprias entidades e movimentos. Ela conta ainda que os
procuradores planejam realizar as próximas reuniões em espaços comunitários, ao
ar livre, nos locais onde esses movimentos sociais costumam se reunir. “Está na
alma desse projeto a ideia de movimento, seja pela escuta ativa dos anseios dos
movimentos sociais nesse primeiro momento, seja pela disposição do MPF em se
deslocar até as demandas e até os demandantes. Não há algo pronto, acabado. O
movimento requer construção, participação, colaboração”, ressaltou.
O projeto MPF em Movimento adota
como fundamentos a criação de vínculos sociais e institucionais com a
comunidade; a promoção da cidadania mediante atividades educativas relacionadas
à atribuições dos membros do MPF; criação de canais de comunicação com as
comunidades situadas na região de Manaus e entorno; capacitação de lideranças
das comunidades e promoção da instituição por meio de esclarecimento às
comunidades sobre o papel do Ministério Público Federal.
Funcionamento e abordagem –
Instituído por meio da Portaria PR/AM 125, de 16 de setembro de 2013, o projeto
MPF em Movimento visa promover visitas e debates junto a comunidades e
movimentos sociais da capital e dos municípios adjacentes, com o objetivo de
ampliar cada vez mais o contato da sociedade civil manauara e da região
metropolitana de Manaus com as pautas de responsabilidade do Ministério Público
Federal.
A regulamentação do MPF em
Movimento prevê o atendimento das demandas do projeto por, no mínimo, um
procurador da República e dois servidores a cada edição realizada, com duração
mínima de um dia. Conforme compromisso assumido perante o Planejamento
Estratégico do MPF até 2020, o projeto deverá atender anualmente, no mínimo,
oito comunidades ou municípios, que serão indicados até o dia 30 de janeiro do
respectivo ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário