Atendendo a pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas, a Justiça Federal determinou, em caráter liminar, o bloqueio de mais de R$ 6,8 milhões em bens de Frank Luiz da Cunha Garcia, atual prefeito de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus) e de Carlos Alexandre Ferreira da Silva, ex-prefeito do município. A ação de improbidade administrativa foi ajuizada por aplicação indevida, bem como ausência de aplicação, de verbas federais destinadas à modernização e ampliação do sistema de abastecimento de água no município.
De acordo com o MPF, o município de Parintins firmou contrato de repasse com o Ministério das Cidades em 2007, por meio da Caixa Econômica Federal, e recebeu R$ 8.899.600,00, de forma parcelada. Em virtude de indícios de baixa execução das obras, a Caixa Econômica Federal instaurou, em 2014, Tomada de Contas Especial (TCE) para apurar eventual desvio ou má gestão dos recursos.
Enquanto signatário
do contrato e gestor que iniciou a obra, Frank Garcia recebeu, entre os anos de
2009 e 2011, repasses que totalizaram R$ 4.480.381,88. Na gestão de Carlos
Alexandre (2013 a 2016), as obras não obtiveram nenhum avanço mesmo o município
possuindo recursos suficientes para dar continuidade à execução do restante das
obras. No entanto, após vistoria in loco realizada mais de quatro anos após o
início da vigência do contrato, constatou-se que a obra encontrava-se apenas
54,7% executada.
Na ação, o MPF
aponta que as condutas praticadas, em tese, pelos gestores do executivo
municipal teriam provocado dano ao erário e violado princípios da administração
pública, conforme disposto na Lei de Improbidade (Lei n. 8.429/1992).
Na decisão, a
Justiça reconheceu que há fortes indícios das irregularidades atribuídas aos
requeridos e, diante disso, determinou o bloqueio de R$ 6.893.856,80 em bens de
Carlos Alexandre e Frank Garcia, valor atualizado do dano que foi causado ao
erário pela não execução do contrato de repasse.
A ação segue
tramitando na 3ª Vara Federal no Amazonas sob o número
1002203-57.2017.4.01.3200.
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