Na última quinta-feira, 16/08,
três homens estiveram na casa do cacique geral do povo Maraguá para quem,
estando ausente na ocasião, deixaram um recado: “ou ele para de fazer o que
está fazendo ou vai ver o que é bom”. Esta é a segunda vez em menos de um mês
que ele sofre ameaças. Desta vez os desconhecidos deixaram recado com os filhos
menores do líder Maraguá. O fato aconteceu na comunidade Terra Preta, rio
Abacaxis, município de Nova Olinda do Norte.
Nos dias 09 e 10 deste mês quatro
lideranças do povo Maraguá compareceram à sede da Fundação Nacional do Índio
(FUNAI) e Advocacia Geral da União (AGU) para solicitar providências em face da
gravidade das ameaças de morte e da ação de moradores não indígenas que os
impedem de desenvolver atividades de subsistência nas aldeias. Desde 2014 os
Maraguá comparecem com frequência à FUNAI e ao Ministério Público Federal para
informar sobre os conflitos causados por moradores não indígenas, alguns dos
quais envolvidos em plantação de Maconha. Naquele ano foi realizada operação
conjunta entre Polícia Federal, IBAMA e Exército para reprimir o tráfico de
entorpecentes e garimpo ilegal.
O efeito da operação foi
passageiro: os moradores de comunidades próximas das aldeias voltaram a
perseguir os indígenas e reiterar as ameaças de morte às lideranças e o garimpo
foi reaberto.
Nos últimos meses, pessoas
supostamente envolvidas com plantio de maconha, exploração ilegal de madeira e
membros de uma associação de assentados do INCRA passaram a intensificar as
perseguições aos indígenas, proibindo-os de pescar em determinados lagos e
continuar com suas roças, de onde tiram sustento de suas famílias. O clima está
muito tenso na região.
Os indígenas aguardam uma ação
por parte dos órgãos governamentais (FUNAI, Polícia Federal e IBAMA). Eles
cobram medidas urgentes – entre elas a demarcação da terra- para evitar
derramamento de sangue. O pedido para a demarcação da terra do povo Maraguá foi
registrado na Divisão de Assuntos Fundiários da Funai em 16/08/2007, sob o
número 473. Atualmente encontra-se junto à Coordenação Geral de Identificação e
Delimitação (CGID) aguardando por sua qualificação.
Manaus (AM), 20 de agosto de
2018.
Conselho Indigenista Missionário
– CIMI
Regional Norte I (AM/RR)
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Conselho Indigenista Missionário
- CIMI
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